E se...?

Acabei à pouco tempo de ler o livro «Para a minha irmã» de Jodi Picoult. Sinceramente, recomendo. Trata de temas bastante controversos envolvendo desde amor, como todos os romances, até ética, avanços da medicina, lei, doenças terminais, o que o torna um livro bastante tocante para além de controverso.
Bem, mas o cerne da questão é que este livro fez-me, mais uma vez, duvidar se fiz a escolha certa quando decidi envergar pela área da saúde na faculdade. Daqui a quatro anos, espero ser enfermeira, preferencialmente, com emprego fixo e remunerado. Contudo, a morte ainda é algo que me toca bastante.
Tenho perfeita noção que será uma constante ver pessoas sob os meus cuidados falecerem. Sei que, por muito que passe, isso não se tornará algo ao qual me habituarei, porque, afinal de contas, toda a gente que vai para saúde quer salvar vidas. A ausência desse «salvamento» faz com que qualquer profissional de saúde se sinta impotente, que possa até sentir que em algum momento falhou. Pelo menos, é essa a minha opinião. No entanto, questiono-me se terei estofo suficiente para aguentar as perdas, para conseguir separar a minha vida profissional da pessoal. Eu sei que é extremamente necessário. Mas às vezes, vejo o meu reflexo no espelho, faço uma introspecção e penso que sou demasiado sensível, demasiado mole para isto. Será que sou? Será que terei futuro nesta área? Será que serei uma boa profissional de Saúde? Será que serei feliz a exercer a minha profissão? Eu sei que é isto que quero, mas do querer até o conseguir por vezes surge uma distância tão extensa que me sinto incapaz de a percorrer.
Fica a reflexão. Veremos o que o futuro me reserva. Até lá, ganha estofo Sara Gonçalves. Ah, e deixa de chorar quando certas e determinadas pessoas te dizem como será quando morrerem, que parvoíce.

18 comentários:

  1. Não li, vi o filme.
    Acho que ao longo do tempo simplesmente vamos aceitando a morte, que é algo inevitável e vamos à nossa maneira lidar com tudo, vai custar, fazer sofrer, mas sobretudo fazer-nos crescer e ver a vida e a morte com outros olhos!

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  2. talvez, quem sabe. Contudo acho que nunca nos habituamos à morte, compreendemos a sua inevitabilidade, mas não nos habituamos a ela. O mais importante é mesmo sabermos manter a empatia de profissional de saúde-doente mas sem nos apegarmos demasiado. Saber separar bem as coisas.

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  3. O que é o mais díficil deve ser separar, principalmente se passarmos muito tempo a lidar com o mesmo paciente!

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  4. Se soubermos a sua história, se virmos nele alguma semelhança com nós próprios.

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  5. Siim. No entanto, é extremamente importante saber fazê-lo, separar as coisas.

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  6. Exacto, e para conseguir fazê-lo é necessário uma grande força para te abstraíres ás vezes!

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  7. Sim. É essa força que eu t~enho medo de não ter. :s

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  8. Acho que quando chegar à altura vais ganhar, a vontade vai ser tanta de ajudar, mas ao mesmo tempo de não te apegares muito que vais encontrar um intermédio, além disso acho que é uma coisa que se deve ganhar com a experiência.

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  9. Concordo. Espero vir a ser uma enfermeira e não apenas uma licenciada em Enfermagem.

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  10. Sim, vai ser esse mesmo!

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  11. isso só depois dos exames é que penso xb

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  12. quando souberes as notas xD comigo também foi assim xD

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  13. Exacto, é assim que vai ser xD

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