Acabei à pouco tempo de ler o livro «Para a minha irmã» de Jodi Picoult. Sinceramente, recomendo. Trata de temas bastante controversos envolvendo desde amor, como todos os romances, até ética, avanços da medicina, lei, doenças terminais, o que o torna um livro bastante tocante para além de controverso.
Bem, mas o cerne da questão é que este livro fez-me, mais uma vez, duvidar se fiz a escolha certa quando decidi envergar pela área da saúde na faculdade. Daqui a quatro anos, espero ser enfermeira, preferencialmente, com emprego fixo e remunerado. Contudo, a morte ainda é algo que me toca bastante.
Tenho perfeita noção que será uma constante ver pessoas sob os meus cuidados falecerem. Sei que, por muito que passe, isso não se tornará algo ao qual me habituarei, porque, afinal de contas, toda a gente que vai para saúde quer salvar vidas. A ausência desse «salvamento» faz com que qualquer profissional de saúde se sinta impotente, que possa até sentir que em algum momento falhou. Pelo menos, é essa a minha opinião. No entanto, questiono-me se terei estofo suficiente para aguentar as perdas, para conseguir separar a minha vida profissional da pessoal. Eu sei que é extremamente necessário. Mas às vezes, vejo o meu reflexo no espelho, faço uma introspecção e penso que sou demasiado sensível, demasiado mole para isto. Será que sou? Será que terei futuro nesta área? Será que serei uma boa profissional de Saúde? Será que serei feliz a exercer a minha profissão? Eu sei que é isto que quero, mas do querer até o conseguir por vezes surge uma distância tão extensa que me sinto incapaz de a percorrer.
Fica a reflexão. Veremos o que o futuro me reserva. Até lá, ganha estofo Sara Gonçalves. Ah, e deixa de chorar quando certas e determinadas pessoas te dizem como será quando morrerem, que parvoíce.